Almanaque do Futuro 263
16 de junho de 2025
Fala futuristas! Tudo certo?
Tem dias em que a gente acredita demais. Nos dados, nas telas, nas vozes que repetem com convicção. Mas o futuro (o verdadeiro) talvez seja de quem escolhe com consciência no que acreditar e agir.
Ótima leitura!
Questione! O futuro da informação dependerá da sua capacidade de desconfiar das IAs.
Se tudo pode ser criado, o que ainda é real? É cada vez mais difícil dizer. Fotos, vídeos, vozes e rostos: tudo pode ser inventado. A partir de um prompt bem escrito, tudo pode virar realidade.
O novo real tem filtros invisíveis, geradores automáticos, marcas d’água apagáveis e deepfakes que até os olhos mais atentos jurariam serem verídicos. O Veo, ferramenta do Google, já cria vídeos ultrarrealistas com som ambiente, diálogos e fluidez impressionantes. Agora, entra também em cena o Flow, outra IA da empresa, pensada para a etapa anterior: transformar roteiros escritos em cenas cinematográficas prontas para serem renderizadas no Veo.
Enquanto um interpreta ideias visuais, o outro executa com realismo assustador. É uma dobradinha poderosa, e acessível. Em breve, qualquer celular poderá transformar ficção em evidência (ou boato em manchete).
Nesse novo cenário, a desconfiança virou ferramenta de sobrevivência.
Desinformação em alta resolução
O problema não está nas IAs em si. Como toda tecnologia, elas carregam potencial de maravilhamento e destruição em doses equivalentes. O ponto é: em mãos erradas e desprevenidas, a ilusão se espalha mais rápido do que a verdade pode responder.
Deepfakes políticos e golpes que usam vídeos com vozes e rostos simulados de pessoas próximas são apenas a ponta de um vasto iceberg de fraudes digitais. Essa nova geração de enganos é persuasiva, sofisticada e cruel. Quanto mais ela avança, mais duvidoso fica o feed das redes, o grupo da família e o vídeo viral no TikTok.
“Estamos entrando em uma era em que acreditar será um ato crítico”, alerta Fabrício Carraro, especialista em IA. Segundo ele, o colapso da confiança pública não ameaça apenas o jornalismo, mas o próprio tecido das relações humanas e das instituições democráticas.
Se nada mais for confiável, até o que é verdadeiro será descartado.
A saída? Cultivar uma dúvida crítica. Desacelerar o clique. Olhar com calma. Se algo parece espetacular demais, talvez seja, e isso é motivo suficiente para investigar, cruzar dados, buscar contexto.
A IA avança. E nós, humanos, precisamos avançar juntos, não como espectadores passivos, mas como leitores atentos, capazes de identificar os ruídos no meio da beleza sintética.
Enquanto empresas testam marcas d’água digitais ou restrições de uso (como o próprio Veo, que barra vídeos com rostos de figuras públicas), a verdade é que essas proteções ainda são frágeis.
Em breve, quem sabe, os celulares já venham com sistemas de verificação de autenticidade, como um antivírus da realidade. Mas até lá, somos nós por nós mesmos. E nossa melhor defesa será a dúvida, aquela que não paralisa, mas que investiga. Que não desacredita tudo, mas analisa antes de confiar.
Afinal, se o real virou maleável, a verdade passa a ser uma escolha e uma responsabilidade. No fim das contas, talvez o futuro pertença a quem aprende a duvidar sem perder a curiosidade.
Um novo modo de ver o esporte: Oakley e Meta se juntam para lançar smartglasses para atletas
Conhecida por unir performance e estilo há anos, a Oakley se tornou referência tanto nas pistas de corrida quanto nas ruas, especialmente no Brasil, onde algumas armações icônicas, como a famosa “Juliet”, viraram símbolo da moda urbana.
E este ano, a marca de óculos mais descolada de todas dá mais um passo ousado, mirando direto no universo da tecnologia e da IA, em uma collab com a Meta.
A tecnologia aumenta junto com a performance
O Oakley Meta Glasses, que será lançado hoje, dia 20 de junho, marca a chegada de um modelo de óculos inteligente voltado para quem vive a prática esportiva em alto nível, e, ao mesmo tempo, quer estar conectado ao seu próprio desempenho de maneira mais precisa, imersiva e tecnológica.
O design segue a linha esportiva da Oakley, mas agora com um recurso adicional: uma câmera embutida no centro da armação, feita para registrar treinos, percursos, provas ou sessões de pedal com a liberdade de uma visão em primeira pessoa.
Mas o que realmente chama atenção é a integração com a realidade aumentada. As lentes poderão exibir dados como velocidade, distância e rotas em tempo real, direto no campo de visão do usuário. Surreal, né?
Essa collab entre a Meta e Oakley reforça a estratégia de Zuck para diversificar seu portfólio de dispositivos vestíveis, conectando moda e função, como já aconteceu anteriormente com o Ray-Ban Meta Glasses.
E aí, já imaginou encarar sua próxima corrida com um óculos que, além de baixar seu pace, ainda entrega dados em tempo real?
Confira o que a equipe Flowww anda assistindo
O Eternauta (Série)
A trama de O Eternauta se inicia em uma noite de verão em Buenos Aires, quando uma misteriosa nevasca assola o continente, dizimando milhões de pessoas. Porém a tempestade não é um fenômeno natural, mas sim o primeiro ataque de uma força alienígena invisível, que dá início a uma invasão da Terra.
Assista na Netflix
Magnolia (Filme)
Com a direção exímia de Paul Thomas Anderson, a trama nos joga de cabeça em um San Fernando Valley onde nada é por acaso. Cada encontro, cada silêncio, cada colapso parece milimetricamente orquestrado para expor o que há de mais cru na experiência humana, seja a dor, a culpa ou a fragilidade, que em meio ao caos ainda busca por alguma chance de redenção.
Assista na Max
Foot-ball ou soccer? O Mundial de Clubes FIFA e suas novidades para o futuro do futebol
E quando o assunto é grana… prepare-se. A FIFA colocou na mesa nada menos que US$1 bilhão em premiação. Metade desse montante, cerca de US$475 milhões, é só para premiar desempenho. Venceu na fase de grupos? Fica com US$2 milhões. Empatou? Já leva US$1 milhão pra casa. Passou pras oitavas? Acrescente mais US$7,5 milhões no cofrinho. Chegou nas quartas? Sobe pra US$13,125 milhões. Semi? US$21 milhões. Vice? US$30 milhões. Campeão? US$40 milhões direto pro caixa. E isso sem contar o que cada clube já embolsa só por participar.
Enquanto a bola rola, o engajamento explode. A CazéTV, que assumiu as transmissões no YouTube, já cravou um recorde atrás do outro logo no primeiro final de semana. Foram 17,4 milhões de dispositivos únicos conectados. No ranking de audiência, o duelo entre Palmeiras e Porto lidera com pico de 2,9 milhões de acessos simultâneos. Logo atrás, Flamengo x Esperánce bateu 2,8 milhões.
No campo, gols. Nas telas, recordes. No bolso, milhões. O Mundial 2025 mal começou e já está jogando em todas as ligas: esportiva, digital e financeira.
Mistério cósmico: Cientistas descobrem, sem querer, a matéria perdida do universo na Antártida
Desde a aurora da humanidade observamos e contemplamos a imensidão do céu, buscando compreender tudo que podemos deste universo infinito. E quanto mais aprendemos, maior é a nossa compreensão sobre o que não sabemos sobre seus segredos.
Mas seguimos tentando desvendar seus mistérios, através de observações e cálculos, e às vezes, mesmo que sem querer, acabamos descobrindo coisas novas de maneira inesperada.
Receita (g)astronômica
Sabemos que toda a imensidão do universo é dividida, basicamente, entre a matéria comum, que compreende tudo aquilo que é visível e palpável, e a matéria escura, que segue sendo um grande mistério para a ciência, mas que sabemos que existe pela força gravitacional que ela exerce no espaço.
Mas mesmo a matéria comum, ou matéria bariônica, que está em tudo que você vê e toca e parece simples de compreender, mantinha seus segredos. Para você entender, o universo é composto por 5% de matéria comum, 25% de matéria escura e 70% de energia escura. Mas desses 5%, a ciência havia detectado apenas dois terços, sem sinais de onde estaria o restante dessa matéria.
Em outras palavras seria como se você tivesse uma lasanha de 3 quilos, mas quando fosse pesar ingrediente por ingrediente, encontrasse apenas 2 quilos.
Só que agora, pela primeira vez na história, conseguimos detectar essa matéria perdida, em forma de um gás muito leve, através de um estudo que estava acontecendo na Antártida. Usando um equipamento que estava na verdade estudando outro fenômeno, conhecido como rajadas rápidas de rádio (FRBs), mas acabou detectando esse gás vindo do solo, atravessando o planeta, mais ou menos como a Lince Negra dos X-Men atravessa paredes.
Agora a ciência precisa seguir observando esse fenômeno natural para entender se toda a matéria bariônica faltante está nessa forma de gás que permeia as galáxias, ou se ainda faltam ingredientes nessa lasanha astronômica.
Rapidinhas da Salvação 
- Por que cientistas estão usando drones para liberar mosquitos em florestas do Havaí?
- A essência da franquia de Duna no novo jogo “Dune: Awakening”
- Você já se perguntou se o universo tem um centro?
- Jovem Nerd leva Leão de Ouro no Cannes Lions 2025
- E se eu te contasse que um universo invertido existe?
- Site (in)útil da semana: o grande arquivo da internet
Pensamentos de pensadores
para você pensar.
Sempre que alguém cria algo com todo o coração, essa criação recebe uma alma. – Hayao Miyazaki
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Entre tantas novas formas de ver o mundo talvez a pergunta mais urgente continue sendo: o que estamos realmente enxergando?
Tecnologia nenhuma substitui o olhar de dentro, aquele que questiona mesmo quando tudo parece certo demais.
Até semana que vem! 👽
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