Almanaque do Futuro 257
16 de maio de 2025
Fala, almanáticos! Sexta vai, sexta vem, e o futuro não para de nos surpreender das formas mais inusitadas possíveis. Então, pegue seu cafezinho (de preferência sem açúcar) e coloque um sorriso no rosto porque a edição 257 do Almanaque do Futuro veio direto do espaço sideral para o seu e-mail. Let’s bora?
Uma ótima leitura! 🪐
Primeira guerra satelital: Amazon lança satélites de internet Kuiper para rivalizar com Starlink
Jeff Bezos entrou de vez na corrida espacial digital com o Projeto Kuiper. A Amazon colocou 27 satélites em órbita para levar internet aos cantos mais remotos do planeta e desafiar, de vez, a Starlink de Elon Musk.
O plano é ambicioso: uma rede de 3.200 satélites a 450 km da Terra, mais próximos e, por isso, mais rápidos. Kuiper já chega com uma vantagem técnica sobre os tradicionais satélites geoestacionários.
Mas aqui entre a Terra e o espaço, nem tudo são megabits por segundo. A Amazon chega atrasada na festa. A Starlink já conecta casas, aviões e até espaçonaves com seus mais de 4,6 milhões de usuários. Enquanto isso, o Kuiper ainda está nos primeiros frames de sua missão.
Vizinhança movimentada
A jogada, porém, vai muito além da concorrência. É sobre quem vai dominar a infraestrutura invisível que move o futuro. O acesso à internet define economias, democracias, guerras e pazes. E a geopolítica está de olho. Num cenário onde Musk coleciona polêmicas e flerta com governos autoritários, Bezos pode soar como um bilionário mais palatável para as alianças ocidentais.
Ainda assim, o céu está longe de estar limpo. OneWeb, Europa e até a China correm para colocar seus próprios satélites em órbita. A disputa é por quem controla os canais de comunicação do amanhã.
No fim, o Projeto Kuiper é um passo ousado, embora tardio, em um cenário onde os dados são poder e a órbita baixa se tornou a nova fronteira da internet global.
Conexão garantida? Ainda não. Mas o futuro já está em órbita.
Missão impossível? Cientistas tentam cultivar alimentos em laboratórios espaciais
Já parou pra pensar em quanto custa levar comida até o espaço? Não é só uma questão de empacotar e pronto. Estamos falando de cálculo de peso, radiação, temperatura e, claro, gravidade zero.
Enfim, a logística é tão complicada que, sinceramente, parece mais fácil cozinhar lá em cima mesmo. E é exatamente isso que a Agência Espacial Europeia (ESA) está testando!
A missão quer entender se é possível cultivar ingredientes com células e microrganismos fora da Terra. A ideia é usar biotecnologia avançada para fermentar proteínas, gorduras e carboidratos em biorreatores e depois, transformar tudo isso em comida de verdade.
O experimento é fruto de uma parceria entre a Frontier Space e o Imperial College London e o objetivo é criar um sistema viável de produção de alimentos que possa sustentar astronautas em missões longas, como na Lua ou até mesmo em Marte.
Bon appétit, astronautes!
Como a comida também é sobre prazer, sabor e afeto, temos um chef envolvido. Jakub Radzikowski é o responsável por desenvolver receitas com ingredientes feitos em laboratório, com direito a culinária chinesa, indiana e francesa.
O primeiro teste realizado foi com uma amostra de levedura geneticamente modificada, que foi enviada ao espaço dentro de um satélite, onde orbitou a Terra por algumas horas.
O desafio é ver como a fermentação se comporta na microgravidade, e se der certo, os cientistas planejam enviar uma versão maior do biorreator já no próximo ano. Insano, né?
Confira o que a equipe Flowww e você assistiu
Marte Ataca! (Filme)
Lembra do filme dos alienígenas caveirosos do Tim Burton? Que tocavam o zaralho pela Terra com armas a laser e só eram vencidos com música country? Pois é, eles já tem quase 30 anos mas podem render uma aventura nostálgica e divertida se você curte filmes não tão novos.
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The Midnight Gospel (Série)
The Midnight Gospel é o tipo de série que desliga a gravidade e liga o modo contemplativo. Mistura entrevistas reais com animações surreais e cria um podcast visual que filosofa sobre vida, morte, meditação, perdão, drogas e espiritualidade, tudo isso protagonizado por um astronauta de bermuda rosa que viaja por mundos prestes a acabar.
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Tem alguém aí? James Webb pode ter detectado sinais de bioassinaturas no exoplaneta K2-18 b
O Telescópio Espacial James Webb, com a sua visão além do alcance, consegue observar exoplanetas muito, mas muito distantes. Com uma precisão tão grande que possibilita que a ciência consiga estudar a atmosfera desses planetas que orbitam estrelas longínquas.
E observando um planeta identificado como K2-18 b, alguns cientistas identificaram, na química da sua atmosfera, indícios de presença de sulfeto de dimetila (DMS). Mas é só um elemento que já conhecemos e já pertence a nossa tabela periódica, nada demais, certo? Errado! Existe um detalhe intrigante no meio disso tudo.
Um detalhe que muda tudo
Aqui na Terra esse o sulfeto de dimetila é estudado a mais de uma década como um forte indicador de vida, por ser produzido apenas pela fotossíntese de organismos vivos como o fitoplâncton marinho. Sabe aquele cheirinho de brisa do mar? É o tal do DMS. E como suspeita-se que o K2-18 b seja um planeta oceânico, tudo isso faz muito sentido. Sendo assim, se esse tipo de vida prosperou por lá, que outros tipos podem ter se desenvolvido?
A ciência chama esses possíveis sinais biológicos na atmosfera de exoplanetas de bioassinatura e esse é, até o momento, o maior indício de vida fora da Terra que já detectamos. Mas é claro que não é fácil convencer a ciência e muitos torceram o nariz com o hype criado em cima da descoberta, contestando a confiabilidade do DMS como um indicativo de vida. Isso porque estudos recentes mostraram que existem 5% de chance de ele ser produzido de maneira não biológica.
Infelizmente isso só nos deixa mais ansiosos pelos próximos estudos sobre o K2-18 b, aguardando o que pode vir a ser a primeira comprovação de vida fora do nosso planeta solitário.
Opinião do especialista: O que a ciência pensa atualmente sobre vida extraterrestre?
E falando em vida fora da Terra, o que será que a ciência pensa sobre isso nos dias de hoje? É sabido que até uns anos atrás, acreditar na possibilidade de não estarmos sozinhos no universo era coisa de lunáticos e conspiracionistas. Mas nos últimos anos, estudos sobre outros planetas têm mostrado que talvez existam lugares bem propícios para o desenvolvimento de vida, mesmo que microbiana.
Não temos provas concretas, mas estamos buscando sinais com missões como a Europa Clipper, missão da NASA que está neste exato momento vagando pela nossa galáxia em direção a uma das maiores luas de Júpiter, o mundo oceânico chamado de Europa, onde acredita-se que podemos encontrar vestígios ou até mesmo atividade de vida microbiana ativa. Mas será que tudo isso tem mexido com a cabeça dos cientistas e astrólogos ou eles ainda mantêm sua postura cética até que as provas sejam concretas?
Escolha seu lado
Segundo um artigo, publicado na Nature Astronomy, existe um consenso sólido entre os cientistas atualmente. No ano passado foram realizadas 4 pesquisas envolvendo 521 astrobiólogos e 534 cientistas de outras áreas, incluindo biólogos e físicos, sobre a provável existência de vida extraterrestre básica, complexa e inteligente.
O resultado mostrou que 86,6% dos astrobiólogos responderam com “concorda” ou “concorda fortemente” que é provável que exista, no mínimo, um tipo básico de vida extraterrestre em algum lugar do universo. Somente 2% discordaram e 12% preferiram ficar em cima do muro. Entre os cientistas de outras áreas o consenso é ainda maior, com uma concordância de 88,4%.
Quando o assunto é vida extraterrestre “complexa” ou alienígenas “inteligentes” a concordância entre astrobiólogos ficou em 67,4% e entre os demais cientistas em 58,2%. Ou seja, mesmo quando falamos nos ETs que realmente queremos conhecer (mais do que bactérias alienígenas) a maioria tende a ser otimista. E nós também, mesmo suspeitando que eles já estejam à nossa volta, seguimos aguardando ansiosamente pela comprovação científica. Que pode estar mais próxima do que nunca!
Rapidinhas da Salvação
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Pensamentos de pensadores
para você pensar.
“Os desejos transformam reis em escravos e a paciência transforma escravos em reis.” -Carl G. Jung
Se você chegou até aqui, temos uma boa notícia: você já está sabendo mais do futuro do que muita gente no presente. Aproveite o final de semana e esperamos você na semana que vem com mais notícias, curiosidades e inovações.
Nos vemos no futuro! 🚀