O lado das sombras! Como tudo começou no Dia das Bruxas.

Tempo de Leitura: 10 minutos

Almanaque do Futuro 232

01 de novembro de 2024

BOO! Achou mesmo que ia escapar dessa? O Halloween tomou conta do seu semanário de notícias favorito, trazendo não só alguns sustinhos, mas uma dose extra de mistérios, histórias sombrias e curiosidades sinistras sobre a época mais arrepiante do ano. Apertem os cintos para uma viagem pelo lado obscuro da cultura, tudo no estilo que você já conhece. Let’s boo-ra!

Uma boa e assustadora leitura! 🕸☠


Samhain: A cultura irlandesa e sua influência no Halloween como conhecemos

A princípio, muita gente pensa que o Dia das Bruxas é americano. Mas, na verdade, o Halloween nasceu onde hoje é a Irlanda, passando de geração em geração pelos povos de lá.

Era uma vez em uma terra tão, tão distante…

Tudo começou há mais de 3 mil anos atrás, com os Celtas, os primeiros povos civilizados da Europa. Formados por tribos que partilhavam cultura, idioma e religião, eles tinham uma forte e mística ligação com a natureza.

Assim surge o Halloween, com suas raízes fundadas no festival celta Samhain, que significa “fim do verão”, e celebrava a fartura após a colheita. Os Celtas acreditavam que, durante esse festival, o véu que separa o mundo dos vivos do outro mundo ficava mais fino, resultando em uma uma escapadinha dos espíritos que se misturavam entre nós, mortais. De arrepiar, né?

Para espantar esses fantasmas, espíritos ou o que quer que fosse, as pessoas iniciaram a tradição de se disfarçar com peles de animais e esculpiam  rostos assustadores em turnips (um tipo de nabo) para deixar na porta, pois acreditavam que dessa forma, os afastariam.

Com o tempo, os turnips também começaram a ser iluminados por dentro, fazendo uma referência à lenda de Jack da Lanterna, que conta que um homem teve a entrada negada no céu e no inferno, ficando no limbo, perambulando na Terra com um carvão em brasa dentro de um nabo. 

E foi assim, através de imigrantes irlandeses fugindo da fome em 1845, com toda a bagagem dessa tradição milenar, que o Halloween chegou nos EUA, misturando as tradições americanas às irlandesas e se espalhando pelo mundo todo como uma data cheia de mistérios, superstições e lendas.


Fantasmas do passado! Como é o Halloween onde ocorreram os julgamentos das Bruxas de Salem?

Depois de um longo voo de vassoura saindo da Europa, pousamos na América do Norte, berço do Halloween como conhecemos hoje. Foi lá que, em 1692, no estado de Machachu… Machassu… Massachusetts(!), aconteceu um dos eventos mais marcantes do mundo quando falamos em bruxaria, os Julgamentos das Bruxas de Salem!

Na época uma simples acusação poderia levar qualquer um a ser julgado por bruxaria e, entre 1692 e 1693, mais de 200 pessoas foram acusadas, 30 foram consideradas culpadas e 19 foram enforcadas por, supostamente, estarem envolvidas com rituais de bruxaria.

Muitas perguntas ficaram sem respostas sobre o que realmente aconteceu naquela comunidade colonial profundamente religiosa, mas aquele episódio horrível teve influência direta sobre o Halloween na cidade de Salem até os dias de hoje.

As bruxas dominaram Salem

O estigma que esse acontecimento deixou na cidade poderia tê-la transformado em uma cidade fantasma, afastando qualquer um daquele lugar amaldiçoado. Mas, a cidade soube aproveitar as abóboras que a vida lhe deu e hoje o Halloween em Salem é um dos mais movimentados dos EUA, atraindo turistas desde muito antes do dia 31 de novembro. 

Se você visitar a cidade em setembro, o clima já é de Dia das Bruxas e com certeza vai aproveitar muito mais as atrações, já que próximo da data oficial a cidade fica simplesmente lotada e você vai precisar enfrentar uma longa fila para qualquer atração.

Lá você pode visitar o Museu das Bruxas de Salem, o Museu do Halloween, além de cemitérios antigos e diversas lojas e estabelecimentos que entram de cabeça na vibe horripilante do evento e mostram como fazer as pazes com as bruxas fez de Salem a capital não oficial do Halloween nos Estados Unidos.


Confira o que a equipe Flowww anda assistindo


  • A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (Filme)
    No ano de 1799, Ichabod Crane (Johnny Depp) é um investigador contratado para investigar uma série de assassinatos e decapitações que estão assolando Sleepy Hollow. Mas as coisas ficam um pouco complicadas quando ele descobre que o autor de tais atrocidades é uma criatura do além túmulo.
    Assista

  • Dark (Série)
    Em uma pequena cidade alemã, o desaparecimento de uma criança revela segredos sombrios e viagens no tempo que conectam quatro famílias. Entrelaçados por forças ocultas e eventos inexplicáveis, os moradores enfrentam um ciclo que desafia o passado, presente e futuro.
    Assista

Quem copiou quem? O Dia de Los Muertos foi influenciado pelo Halloween?

Descendo um pouco pelo mapa das américas, encontramos outro evento que tem ganhado destaque pela sua conexão com os espíritos e criaturas do outro lado da vida, mas com um toque mais autêntico. 

Sendo uma das tradições mais antigas da região da América Central, ela foi celebrada, desde os tempos pré-hispânicos, por povos indígenas como os mexicas, mixtecas, texacos e outros, que consideravam o luto pelos mortos desrespeitoso.

Muito além do Halloween

Com o tempo o Dia de los Muertos entrou em sincretismo com as comemorações católicas do Día de los Fieles Difuntos e o Día de Todos los Santos, no início de novembro, isso criou inevitáveis comparações com o Halloween. Mas quais as diferenças?

A primeira grande diferença é o tom da celebração, enquanto o Halloween é visto como um evento em que as pessoas se divertem com o medo e os sustos, para os latinos a celebração também deve ser divertida, porém, mais voltada para honrar a família e seus antepassados. É sobre lembrar aqueles que perdemos e celebrar suas vidas relembrando memórias compartilhadas.

O Dia de Los Muertos, não é sobre bruxas e tem alguns símbolos marcantes que representam sua tradição. E La Catrina se tornou um dos mais importantes, a dama de la muerte é o esqueleto de uma mulher com roupas da alta sociedade que, assim como as tradicionais caveiras mexicanas, serve como um memento mori, um lembrete de que a morte chega para todos um dia. 

No fim, pode-se dizer que o Halloween se moldou à moda capitalista para ganhar o mundo, enquanto o Dia de los Muertos ainda parece lutar para manter suas raízes. Abraçando a vida e a morte com alegria e festa para aqueles que partiram.


Horror na terceira idade: No Brasil, nem só de jovens bruxos se faz o Dia das Bruxas

Quando pensamos em Halloween, imaginamos jovens fantasiados, decoração temática, maquiagens assustadoras e por aí vai, não é mesmo?

E você percebeu que neste ano o cenário está mudando? Por mais que no Brasil essa cultura não seja tão forte. De norte a sul, a data que já era queridinha da galera de 18 a 34 anos (78% deles celebram) agora também conquistou o coração da velha guarda: 45% dos brasileiros acima dos 55 anos resolveram mergulhar na brincadeira de doçuras ou travessuras.

Para as marcas, essa é uma oportunidade de ouro. Afinal, como mostra uma pesquisa recente da Ecglobal, o Halloween virou terreno fértil para as empresas conectarem suas campanhas a diferentes faixas etárias, diversificando ofertas e ações. 

Ah, e não para por aí! Comemorado no mesmo dia do Halloween, o Dia do Saci vem para lembrar as raízes folclóricas do Brasil e as criaturas que fazem parte do nosso imaginário popular. Em vez de bruxas e vampiros, temos o Saci-Pererê, uma figura travessa e carismática, que aparece com seu gorro vermelho, fumando cachimbo e aprontando boas traquinagens. Mas será que ele está perdendo espaço para as abóboras?

Halloween com um toque brasileiro?

Com ou sem Saci, o consumo no Halloween está em alta: 53% dos entrevistados pela Ecglobal querem comprar comidas e bebidas temáticas, enquanto 40% vão atrás de acessórios para fantasias e decoração. E as lojas online, com suas opções diversificadas, atraem 57% dos consumidores. Mas o recado dos consumidores é claro: 63% esperam mais ações que incentivem essa celebração, e quem sabe o Dia do Saci também pode ganhar força, impulsionado pelo Halloween?

No final de contas, numa opinião “marketeira”, é inegável que neste ano a data comemorativa veio com tudo no Brasil. No entanto, sentimos falta de um posicionamento mais ousado das marcas em ações e campanhas, especialmente aquelas que poderiam integrar elementos do folclore nacional, e abraçar de forma mais autêntica esse mix cultural que tanto atrai os brasileiros. 

Para o próximo ano, ficamos na expectativa de que as marcas se arrisquem e surpreendam seus consumidores.


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Pensamentos de pensadores
para você pensar.

“Não tenha pena dos mortos. Tenha pena dos vivos, e acima de tudo, daqueles que vivem sem amor.” – Alvo Dumbledore
 


Parece que temos um verdadeiro destemido que chegou ao fim de mais uma edição especial (e assustadora) do nosso ADF! Agora, aproveite o final de semana para se perder nesse clima fantasmagórico… e não deixe de dar uma passadinha no nosso Instagram, se tiver coragem.

Nos vemos no futuro! 🚀