Almanaque do Futuro 265
4 de julho de 2025
Entre luzes cerebrais, campanhas geradas por IA e consumidores em busca de segurança, o que salta aos olhos em 2025 não é apenas a velocidade da mudança, mas também o deslocamento do eixo. A era do “nós” cede espaço ao culto do “eu” e a criatividade humana disputa palco com algoritmos.
Neste cenário a pergunta não é só “para onde vamos?”, mas “a quem pertence essa jornada?”
Boa leitura! 🦒
O fim da era “We”: marcas trocam o coletivo pela urgência do “Me”
Durante anos, marcas se esforçaram para parecer conscientes, empáticas e conectadas com o coletivo. Era a era do “We”, o discurso do propósito, do impacto social, da comunidade. Mas essa fase começa a desbotar diante da realidade.
Richard Edelman, CEO da maior consultoria de reputação do mundo, abriu sua palestra em Cannes Lions 2025 com uma frase que mexeu nas estruturas da publicidade global:
“o propósito não está morto. Está diferente. Está migrando de ‘We’ para ‘Me’.”
A provocação não é só retórica, é resultado de uma pesquisa global com 15 mil pessoas em 15 países. Segundo Edelman, depois de quatro grandes choques (pandemia, guerra, inflação e medo do desemprego), o consumidor está mais introspectivo. O foco agora é segurança pessoal.
Antes de salvar o mundo, as marcas precisam fazer o indivíduo se sentir bem
E essa mudança não é só emocional, é geopolítica, econômica, cultural. O colapso na confiança em instituições, o nacionalismo em alta, o custo de vida sufocante e o medo crescente de que a tecnologia elimine empregos. Tudo isso criou uma nova hierarquia de valores. Hoje, para que uma marca seja percebida como relevante, ela precisa cumprir funções básicas: fazer o cliente se sentir bem, oferecer estabilidade, segurança e um fio de esperança no futuro. Só depois (bem depois) é que causas sociais, discursos progressistas e engajamento com a comunidade entram em jogo.
“Marcas se tornaram o refúgio”, explicou Edelman. “Não porque são perfeitas, mas porque são a única relação que o consumidor pode controlar, compro ou não compro.”
Na teoria, o discurso do “We” ainda aparece em campanhas e apresentações. Mas, na prática, quem domina é o “Me”. Marcas locais crescem, produtos simples ganham espaço e até o silêncio virou estratégia, mesmo que arriscada. Porque calar demais também gera ruído. O jogo mudou: mais complexo, mais emocional e menos performático.
Em tempos de medo, segurança pessoal vence causas globais. Porque se nem o consumidor acredita que estará melhor no futuro, talvez seja hora de recomeçar pelo básico. O desafio está justamente em não escolher entre “We” e “Me”, mas em criar um novo caminho onde um não precise apagar o outro.
Talento sintético: A indústria musical e as ferramentas para caçar músicas de IA
Houve um tempo em que para ser um músico de sucesso não bastava você ter talento, o seu sucesso dependia de uma grande gravadora. Hoje em dia o talento parece não ter mais importância , já que a tecnologia é capaz de emular qualquer vocação artística de maneira surreal.
Mas a indústria musical não vai deixar barato e já busca maneiras de estancar o crescimento desenfreado de músicas criadas com IAs.
O problema já não são os piratas
A ideia não é dizimar a produção de músicas de IA ou punir seus criadores, e sim tentar lucrar com isso (óbvio). Mas criar um sistema de curadoria para analisar cada faixa lançada nas plataformas digitais, para tentar identificar cada possível música generativa, não é uma tarefa fácil.
O YouTube e o Deezer, por exemplo, desenvolveram sistemas internos que sinalizam áudios sintéticos quando ele é carregado na plataforma e procuram ‘’etiquetar’’ essas faixas para deixar claro sua origem artificial nas pesquisas. Mas outras empresas, como Audible Magic, Pex, Rightsify e SoundCloud, estão buscando maneiras de cortar o mal pela raiz, levando seus recursos de detecção para dentro dos conjuntos de dados de treinamento das IAs, para identificar esse tipo de música já na etapa de criação e inserindo metadados que vão identificá-las como conteúdo artificial desde antes da sua distribuição em qualquer plataforma.
Já outras empresas, como a Vermillio e a Musical AI, estão trabalhando em ferramentas que podem escanear faixas finalizadas e identificar pequenos trechos de IA nas músicas. Ou seja, se a música conter uma linha sequer de plágio ou criada por IA, ela será explanada e identificada como tal.
Ou seja, em um mundo onde quase se perdeu o controle sobre quem cria conteúdos, quem comanda o dinheiro que move o mercado segue tentando lucrar no novo cenário. Somente os artistas a moda antiga é que seguem ganhando cada vez menos por trabalhos criativos, autorais e reais.
Confira o que a equipe Flowww anda assistindo
Magnatas do Crime (Filme)
O filme apresenta o caos que se instaura depois que um grande narcotraficante decide vender seu império milionário em Londres, gerando embates entre gangues interessadas. O caos se espalha em diversas subtramas entre cavalheiros e gangsters, no melhor estilo Guy Ritchie.
Assista
How I Met Your Mother (Série)
It’s legen -wait for it- dary! Existem algumas séries que são como um abraço depois de um dia cansativo. E How I Met Your Mother é exatamente assim. A trama acompanha Ted e seu grupo de amigos enfrentando os altos e baixos da vida em Nova York, sempre juntos e criando memórias que misturam humor, afeto e boas doses de imprevisibilidade.
Assista
Criatividade vs simulação: Cannes Lions aumenta o rigor sobre uso de IA em campanhas
Em 2025, o inesperado aconteceu no maior palco da publicidade mundial. O Cannes Lions, acostumado a premiar o brilhantismo criativo, precisou voltar atrás. Após investigações, retirou prêmios de campanhas que usaram inteligência artificial para simular eventos que nunca aconteceram. Histórias fabricadas, dados turbinados, realidades inventadas. Tudo parecia genial, mas não era verdade.
No centro da crise, a pergunta que não cala: até onde a criatividade pode ir sem perder a ética?
Eis que surge um novo ritual: o antidoping criativo
Agora, quem quiser disputar um Leão precisa jogar limpo. Todo uso de IA deve ser declarado na inscrição. Ferramentas de detecção de conteúdo sintético entrarão em cena. E um comitê de especialistas vai avaliar cada caso duvidoso com lupa. O que antes era bastidor virou regra clara. Se a criação é sintética, o julgamento será real.
E o que isso revela sobre o futuro da publicidade? Que o sonho digital virou rotina e que a transparência virou obrigação. O que antes exigia horas de edição, hoje nasce em segundos com um clique. Mas com isso vem um novo desafio: lidar com os limites da invenção. A publicidade, que sempre caminhou entre verdade e ilusão, agora precisa mostrar o que há por trás da cortina. Dados, algoritmos, intenções… tudo será rastreado, auditado, confrontado.
Porque talvez, na era das máquinas que imitam sentimentos, o maior ato criativo ainda seja ser humano.
Ideia brilhante! Cientistas descobrem que nosso cérebro emite luzes
Quantas vezes, depois de pensar por um bom tempo, uma luzinha mágica se acendeu na sua cabeça e surgiu uma ideia genial? Pois é. A ciência acaba de confirmar que você *literalmente* brilha quando tem uma ideia.
Pesquisadores da Universidade de Algoma, no Canadá, descobriram que o cérebro humano emite uma leve luz enquanto está em funcionamento. Isso significa que, a cada pensamento, emoção ou raciocínio, um brilho surge de forma discreta, mas totalmente rastreável com os equipamentos certos.
Uma luz no fim do túnel?
O fenômeno foi batizado de UPE (emissões de fótons ultrafracas) e, basicamente, acontece quando o cérebro metaboliza energia e libera traços visíveis de luz. É como se, no meio de um esforço mental, o cérebro desse um leve sinal luminoso do que está acontecendo.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas estudaram regiões específicas do cérebro, como o lobo occipital esquerdo, responsável pela visão, e o lobo temporal direito, ligado à comunicação não verbal. A ideia era entender se esses flashes de luz tinham algum padrão. E adivinha? Eles têm.
Além de ser um fato pra lá de curioso, essa descoberta pode revolucionar diagnósticos médicos, pois essas luzes emitidas pelo nosso cérebro estão ligadas ao metabolismo cerebral e podem ajudar a detectar tumores, lesões ou alterações neurológicas sem exames invasivos.
Talvez isso te lembre da ideia de aura, aquela noção de que carregamos uma energia luminosa ao nosso redor, ligada ao que sentimos, pensamos e somos. Coincidência ou não, essa descoberta dá um empurrãozinho para quem sempre acreditou que existe mais acontecendo do que os olhos podem ver.
Enfim, terminamos este texto com uma certeza: estamos sempre emitindo luz. Do cérebro, do campo das ideias ou, para quem acredita, da alma.
Rapidinhas da Salvação 
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Pensamentos de pensadores
para você pensar.
“Já que sou, o jeito é ser.” – Clarice Lispector
Talvez não seja necessário escolher entre “We” ou “Me”, entre arte sintética ou criações humanas, mas entender que estamos no limiar de uma nova sensibilidade: mais cautelosa, mais contraditória e, paradoxalmente, mais luminosa.
E nesse jogo de ambivalência que viveremos nos próximos anos, entre propósito e autopreservação, entre tecnologia e transcendência, talvez, as respostas para nossos devaneios estejam na última centelha de humanidade que ainda nos resta.